[MG]Estudantes e trabalhadores retomam as ruas de Montes Claros no 30M

Repercutido de anovademocracia.com.br

No último dia 30 de maio, mais de 2 mil manifestantes tomaram as ruas do centro da cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, contra a “reforma” da Previdência e o corte de verbas na educação. A manifestação começou com a realização de um ato público realizado por professores e estudantes na praça Dr. Carlos, por volta das 15 horas. Dezenas de entidades sindicais e estudantis participaram da convocação e realização da manifestação, como os DCEs e diversos Centros Acadêmicos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Participaram também os sindicatos de trabalhadores em educação das redes estadual, municipal e privadas de ensino, o sindicato dos professores da Unimontes (Adunimontes), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de BH e Região (MARRETA), a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e o curso pré-vestibular popular EMANCIPA. O protesto foi antecedido pela realização de assembleias, reuniões e panfletagens em dezenas de universidades e escolas públicas e particulares. Na Unimontes e Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), os professores e estudantes aderiram à paralisação nacional. Durante o ato público, estudantes, professores e diversas entidades e movimentos populares usaram da palavra denunciando o caráter reacionário e antipovo das medidas do governo de generais de Bolsonaro. A EXNEPe participou ativamente do protesto, desde a mobilização na Unimontes, distribuindo mais de 1000 panfletos da entidade. Em sua fala durante o ato, o representante da entidade afirmou:

— O plano da atual gerência é a privatização completa da universidade e o retorno da cobrança de mensalidades. Com os cortes de verbas ao Ensino Superior, e sob a desculpa de “priorizar” a Educação Básica, seguindo à risca os ditames do Banco Mundial, Bolsonaro e o ministro Weintraub tentam criar o ambiente que justifique o retorno das mensalidades nas universidades públicas. Por outro lado, assistimos ao Ministério da Ciência e Tecnologia, reduzir drasticamente todas as bolsas de iniciação científica e à docência, ao mesmo tempo que assinam o acordo que entrega a base de lançamentos de foguetes de Alcântara para o imperialismo dos EUA — disse, prosseguindo:

— É o fim da produção científica nacional e a entrega de parte de nosso território aos EUA! O governo de Jair Bolsonaro, junto ao seu ministro dos banqueiros, Paulo Guedes, está usando o corte de verbas na educação para chantagear as universidades e a população, afirmando que se não aprovar a “reforma da previdência” os cortes na educação e outros serviços como a saúde pública são inevitáveis. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que o corte de verbas atingiria as universidades nas quais “há balbúrdia”, ou seja, onde professores e alunos estão empenhados em defender o direito à universidade pública, gratuita e de qualidade. Logo, as medidas foram estendidas a todas as universidades federais. Em muitas universidades estaduais, como a Unimontes, o governo reacionário de Zema/Novo já havia imposto o corte de verbas. No último dia 28/05, em mais uma medida reacionária do governo federal, por meio do advogado-geral da União, André Mendonça, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que sejam realizadas operações policiais dentro de universidades. O representante do governo afirma que a iniciativa visa coibir o “viés ideológico” de professores em ambientes públicos. É mais um claro ataque ao direito à livre manifestação e organização nas universidades públicas e a liberdade de cátedra, direitos constitucionais conquistados pela luta do movimento estudantil e dos professores por democracia e autonomia universitárias! É hora da juventude reavivar seu espírito combativo que sacudiu o país durante as jornadas de luta de junho/julho de 2013 e contra as farras da Fifa/Olimpíadas! É hora de nos unir aos professores e demais trabalhadores da cidade e do campo na realização de uma Grande Greve Geral de Resistência Nacional! — arrematou.

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Uma grande manifestação paralisou o trânsito da região central da cidade por cerca de duas horas. Estudantes universitários, secundaristas e professores, junto a ativistas do movimento estudantil e da Liga Operária, formaram um bloco combativo erguendo as faixas: “Preparar Greve Geral de Resistência Nacional!”, “Viva Revolução Agrária! Morte ao Latifúndio!”, “Abaixo a privatização da universidade brasileira!” e um cartaz da campanha internacional lançada pela Corrente do Povo – Sol Vermelho, do México, em defesa da vida do advogado popular Ernesto Sernas García, desaparecido político do velho estado mexicano desde o dia 10 de maio do ano passado.

Muitas pessoas que estavam pelo centro comercial da cidade se somaram à manifestação e a população manifestava o seu apoio repetindo palavras de ordem como “Não vai ter cortes, vai ter luta!” e “A nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador!”. O protesto foi encerrado por volta das 19 horas e diversas entidades e movimentos populares de Montes Claros já convocam reuniões e assembleias para debater sobre a realização de uma Grande Geral no próximo dia 14/06. No encerramento do protesto um grupo de jovens queimou a odiosa bandeira dos EUA, entoando as consignas “FORA IANQUES DA AMÉRICA LATINA!”.

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