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Estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) encontram-se em ocupação na reitoria da Universidade, desde a última quinta-feira (5), contra a posse do reitor-interventor Valdiney Veloso Gouveia, nomeado por Jair Bolsonaro.
Na manhã do dia 5 foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação de Valdiney Veloso, candidato com menos votos na consulta pública à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), como reitor da instituição pelo presidente Jair Bolsonaro. A chapa 3, encabeçada por Valdiney Veloso com Liana Filgueira Albuquerque, ficou em terceiro lugar na lista tríplice, com apenas 5% dos votos na consulta pública. No Conselho Pleno da instituição, a chapa não obteve nenhum voto.
Na tarde de quinta-feira (5), a comunidade universitária da UFPB realizou, então, um ato contra a intervenção na universidade. Em seguida, estudantes acorrentaram-se às portas do prédio da Reitoria e anunciam que apenas sairão de lá quando revogada a portaria que nomeia Valdiney como reitor.
A luta dos estudantes é pela autonomia universitária e nomeação da chapa eleita, democraticamente, pela comunidade universitária.
A ocupação recebe o nome de “Ocupação Alph”, uma homenagem ao estudante de filosofia da UFPB que foi encontrado morto com marcas de tiro em fevereiro deste ano. Alph era um militante ativo no movimento estudantil da UFPB e havia realizado denúncias contra os seguranças da iniciativa privada que trabalham na universidade, acusando-os de o terem agredido e torturado.
Os estudantes seguem em luta na ocupação e estão se organizando através de programações diárias, nas quais realizam debates políticos e espaços culturais.
JUSTIÇA DETERMINA DESOCUPAÇÃO
No último dia 10, a Justiça Federal determinou a desocupação da reitoria da UFPB. De acordo com a decisão assinada pelo juiz Bruno Teixeira de Paiva, o prédio deve ser desocupado imediatamente, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 1.000. A medida alega que a ocupação estaria obstruindo o direito de ir e vir dos funcionários e técnicos, enquanto os ocupantes negam a acusação.
“Nem mesmo eventual alegação de exercício do direito de reunião ou de livre manifestação respaldaria a invasão de prédio público, como forma de protesto, muito menos nos moldes ocorridos atualmente, com pessoas acorrentadas à porta de entrada da reitoria, a fim de impedir o acesso de servidores, terceirizados, estudantes e do público em geral”, destaca trecho da decisão.
Em rede social, os estudantes têm divulgado as atividades e rotina da ocupação e utilizado a internet para mobilizar e se defender dos ataques. Até o presente momento, a ameaça de desocupação não conseguiu se cumprir, graças a organização dos estudantes. No dia 14, no entanto, a energia do prédio foi cortada, como uma clara tentativa de desarticular o movimento de ocupação.