NOTA DE REPÚDIO – Nova intervenção do governo Bolsonaro desrespeita decisão da comunidade universitária da UFRA

Repercutido do portal do Sindicato ADUFC

A Diretoria da ADUFC-Sindicato vem a público repudiar veementemente mais uma intervenção do governo Bolsonaro no ensino público superior. Desta vez, a falta de respeito e o atropelo à vontade da comunidade universitária atingiu a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que viu ser nomeada a 2ª colocada no processo de consulta interna para reitora, a Profª. Herdjania Lima. A comunidade, no entanto, escolheu majoritariamente a Profª. Janae Gonçalves, que obteve 2.211 votos entre docentes, técnicos administrativos em educação e estudantes para ocupar o posto no quadriênio 2021-2025. A lista tríplice era composta, ainda, pela Profª. Ruth Helena Cristo Almeida (3ª colocada).

A exemplo do que ocorre na Universidade Federal do Ceará (UFC) desde 2019 e que já trouxe diversos prejuízos (como a perseguição política a docentes e representantes sindicais), Herdjania Lima atuará como interventora de uma instituição federal de ensino, em detrimento da posse de uma reitora legitimamente escolhida em um processo realizado de forma transparente. Esse é apenas mais um episódio que virou rotina no atual governo: o não reconhecimento do desejo democrático da comunidade universitária. Um ataque à autonomia universitária que contraria o histórico democrático de escolha dos representantes nas universidades.

A ADUFC entende que as intervenções nas Instituições Federais de Ensino e a indicação de reitores não escolhidos pela maioria são inaceitáveis no Estado Democrático de Direito e remetem ao regime civil-militar no Brasil. A rede federal de Educação nunca sofreu danos tão duros nesse sentido como os que vêm ocorrendo por parte do atual Governo e já denunciadas também por reitores/as eleitos/as e não empossados/as.

Consideramos grave esse novo ataque do Governo Bolsonaro – um nítido inimigo da educação e da ciência –, que segue promovendo sua escalada autoritária alicerçada num projeto negacionista. E, também por isso, as lutas em defesa da democracia nas Instituições de Ensino Superior e da educação pública, gratuita e socialmente referenciada não podem ser interrompidas.

Reafirmamos, com isso, a disposição do nosso sindicato de se opor incansavelmente a investidas de qualquer natureza contra a democracia e a autonomia universitárias. Seguimos nessa batalha contra o autoritarismo, dentro e fora de nossas instituições. À comunidade universitária da UFRA, nossa solidariedade e nosso apoio.

Fortaleza, 15 de julho de 2021
Diretoria da ADUFC-Sindicato
Gestão Resistir e Avançar (Biênio 2021-2023)

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