A pedagogia intervém nos grandes atos nacionais do 24 de Julho

Estudantes de todo o país atenderam ao chamado da Executiva Nacional e comporam as manifestações e protestos nacionais em defesa do ensino público e contra o corte de verbas nas universidades e institutos federais.

Em Juazeiro – BA, manifestantes realizaram uma passeata pelas avenidas e ruas denunciando o corte de verbas e as tentativas de precarização do ensino e reivindicando a vacina para todos e o fim do governo genocida; afirmaram nas ruas que somente a luta e a organização do povo podem mudar a sua realidade.

A pedagogia distribuiu panfletos da EXNEPe que denunciam os ataques à educação pedindo ainda apoio financeiro, para envio dos representantes que participarão do FONEPe em SP, aos trabalhadores da educação e do campo que estavam na concentração. Conformando um bloco em fileiras, a juventude gritava palavras de ordens e entusiasmava os participantes na frente e as pessoas que passavam ao lado dos estudantes. A faixa dos estudantes “ABAIXO O GOVERNO MILITAR GENOCIDA DE BOLSONARO” demonstrava o não esquecimento dos crimes desse governo contra a vida de mais de 550 mil brasileiros ao negar a vacinação em massa e superfaturar contratos para a aquisição da vacina.

Em Natal – RN, o ato teve início às 15h e terminou às 18h, com rota que teve início no shopping Midway Mall e terminou no Natal Shopping (mais ou menos 3km). No estado, a ExNEPe ainda está iniciando uma atuação, mas pôde marcar presença com uma faixa prestando solidariedade aos 4 presos políticos do acampamento Manoel Ribeiro com as consignas: ”Liberdade aos 4 Camponeses de Rondônia! Viva a LCP!”, o que caracterizou a intervenção.

Entidades de bases de todos os cursos da UFRN e todas as organizações de juventude chegaram a participar incluindo o CAPED, embora com pouca expressão, tendo assumido uma postura imobilista nesse último período, pouco fizeram para mobilizar a massa estudantil. Mesmo com todos esses entraves, a juventude independente compôs um bloco combativo entoando palavras-de-ordem em defesa da educação pública e em rechaço a privatização, além de solidariedade a luta dos camponeses.

Em Campina Grande – PB, o ato teve início às 9h, com concentração na Praça da Bandeira no centro da cidade paraibana, a manifestação seguiu até o Açude Velho fechando as principais vias da cidade. 

No ato, tinham várias organizações populares e sindicatos SINTAB, ANDES, ADUFCG, compareceram ao ato. Um bloco independente composto por uma ocupação urbana e movimentos democráticos levantava faixas e cartazes denunciando o auxílio emergencial de miséria,  os cortes de verbas na educação e o governo militar genocida de Bolsonaro e dos generais, entoando palavras de ordem como ” Nem Bolsonaro, Nem Morão! O povo quer moradia, saúde e educação! “, 

Neste mesmo bloco podia ver cartazes em solidariedade a luta camponesa e exigindo a liberdade imediata dos quatro camponeses presos políticos de Rondônia.

Em Belém – PA, manifestantes se reuniram na praça da república e saíram em caminhada até o mercado de São Brás na manhã do dia 24 de Julho.

Eles protestavam contra os cortes de verba na educação, reivindicavam vacinação para todo o povo, saúde e demonstravam indignação e luto pelas mais de 500 mil vidas perdidas. Faixas com a consigna “Abaixo o governo genocida Militar de Bolsonaro” puderam ser vistas na manifestação, além de bandeiras em apoio a luta dos camponeses em Rondônia e em solidariedade a heroica resistência palestina.

Em Goiás, ocorrem manifestações nas cidades de Catalão, Rio Verde  e em Goiânia. Na capital goiana a manifestação iniciou às 9h na Praça do Trabalhador e seguiu no centro da cidade rumo a Praça Cívica. Em média 500 manifestantes estiveram presentes.

Panfletos da Executiva foram distribuídos e intervenções foram feitas,  denunciando os cortes de verbas e a ameaça de fechamento das universidades federais, bem como criminoso genocídio em curso pelo governo militar de Bolsonaro; exigindo vacina para o povo e auxílio emergencial de 1000 reais até o fim da recessão; por emprego; terra para quem nela vive e trabalha; o fim da criminalização da luta no campo e na cidade e pela liberdade imedita dos 4 camponeses presos do Acampamento Manoel Ribeiro em Rondônia.

Foi ressaltado nas agitações que apenas a luta independente, classista e combativa pode defender as universidades contra o projeto privatista em curso, para defender o justo direito do povo a organizar-se e lutar contra a retirada de direitos. Estudantes de enfermagem também realizaram uma importante atividade de finanças para participação no 24° FoNEPE em Guarulhos. 

Em Dourados – MS, a população compareceu ao ato convocado para às 9:00 na praça central da cidade. Inicialmente houveram algumas intervenções, onde o movimento combativo denunciou os ataques do governo militar de Bolsonaro, como a perseguição e criminalização da luta pela terra, em especial à LCP, os ataques aos povos indígenas, os cortes na educação, a carestia e o desemprego. Mas também apontando que nenhum impeachment, nem eleição, nem nenhum acordo palaciano irá muda a situação de miséria do nosso povo.

Depois das falas e agitações na praça, os manifestantes marcharam pelas ruas da cidade, entoando palavras de ordem combativas e tendo à frente uma grande faixa escrita “ABAIXO O GOVERNO GENOCIDA MILITAR DE BOLSONARO!”. A ExNEPe marcou presença com sua bandeira e uma uma faixa em defesa da universidade pública e a pesquisa nacional. Também foi distribuído panfletos da ExNEPe denunciando os cortes de verbas na educação.

O oportunismo tentou diversas vezes sabotar o ato. Primeiro jogando para a manifestação não sair da praça, o que foi rechaçado após o movimento combativo realizar uma votação entre os presentes e a proposta de sair às ruas em marcha ter sido aceita. Depois, ao chegar ao terminal da cidade, vendo que eram as bandeiras e palavras e palavras de ordem combativas que se destacavam, tentou finalizá-lo arbitrariamente. Novamente, os manifestantes realizaram votação e deram continuidade a passeata. Em contraposição ao método burocrático, em que esses grupos de antemão decidem entre eles como será a manifestação, o movimento combativo demarcou posição mantendo o ato combativo e seu conteúdo de protesto até o fim, fazendo com que as decisões fossem tomadas pelos que estavam compondo a manifestação.

Impedindo assim que ela fosse sequestrada pelos oportunistas com suas pautas eleitoreiras, encobrindo a luta das massas, com sua vazia palavra de ordem de “fora bolsonaro”. Ficou demonstrado que as massas querem o caminho combativo, sendo profunda derrota política e moral para os que pensaram que, saindo de suas “férias” de até ontem, iriam tomar de assalto a luta combativa das massas e impulsionada pelo movimento independente.

Em São Paulo – SP, a pedagogia se fez presente com a atuação do Centro Acadêmico de Pedagogia da Unifesp – Gestão E Vamos à Luta! Novamente o ato se concentrou na avenida Paulista às 15h e desceu a rua Consolação. Os estudantes levantaram uma faixa com a frase “Contra o Corte de Verbas: defender a universidade pública e gratuita”, também ergueram a bandeira da ExNEPe e distribuíram panfletos da entidade.

Os estudantes também se dividiram dentro da manifestação para fazer uma campanha de arrecadação de fundos para a realização do 24º Fórum Nacional de Entidades de Pedagogia (FoNEPe) que vai ocorrer em Guarulhos, São Paulo, entre os dias 30 e 31 de julho e 1 de agosto. Durante a arrecadação, foram vendidas paçocas e distribuindo os panfletos da ExNEPe para o ato nacional, muitos manifestantes contribuíram e saudaram a iniciativa de se realizar o evento.

Viram a atuação covarde e traidora do setor burocrático do movimento estudantil ao sentar com a Polícia Militar de João Dória para negociar o trajeto da manifestação, sentaram com os assassinos e algozes do povo, que têm as mãos sujas pela chacina de Jacarezinho e Paraisópolis. Durante o ato, a PM fez uma corrente impedindo que a passeata saísse até o momento que foi rompida pelos manifestantes; também estiveram em maior quantidade e de prontidão para reprimir e perseguir os manifestantes mais combativos, tendo detido cerca de 10 manifestantes sem provas, apenas por carregarem bandeiras e álcool em gel.

Em Campinas – São Paulo, o ato 24J ocorreu no centro da cidade e contou com a participação de diversos grupos, como estudantes, trabalhadores, professores, centrais sindicais, partidos eleitoreiros e organizações independentes. O Centro Acadêmico de Estudos de Química da Unicamp (CAEQ) esteve presente com uma faixa com os dizeres “Abaixo o corte de verbas! Defender a universidade pública e gratuita!” que foi confeccionada em conjunto do Coletivo União Preta do Instituto de Química. Durante a concentração foi realizada uma panfletagem para os manifestantes utilizando o texto da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia – ExNEPe, discutindo os cortes de verbas promovidos pelo governo obscurantista e genocida de Bolsonaro e generais, a criminosa implementação da Educação à Distância e a necessidade de promover atividades de extensão de forma a derrubar os muros das Universidades colocando-a a serviço do povo.

Durante o ato foram entregues para os manifestantes folhetos com palavras de ordem pelos direitos básicos do povo e em defesa da educação pública, como “Vacina, vacina, para o povo já! Abaixo Bolsonaro e o governo militar!”; “É nossa, é nossa, a universidade, Para servir ao povo com ciência de verdade!” e  “1,2,3, 4, 5 mil, ou param os cortes, ou paramos o Brasil!”.  Todas foram muito bem recebidas e ecoadas em conjunto, agitando o bloco.

Mais uma vez os oportunistas explicitaram sua sujeira ao tentar impedir os manifestantes de um bloco independente de realizar ações combativas como queima de um boneco do Bolsonaro e barrar a passagem de outra rua por onde o ato passava. De cima de seus carros de som, que desfilam por trajetos previamente combinados com a PM, Guarda Municipal e Emdec (empresa responsável pelo trânsito em Campinas), os imobilistas esbravejam frente a essas ações, afirmando que o ato deveria ser pacífico e manter a ordem. Impossível esperar uma postura diferente desses capachos do Estado, que se colocam contra o justo caminho da luta combativa, enquanto traficam com os interesses do povo ao continuar vendendo a ilusão do “Fora Bolsonaro” e via de esperar as eleições de 2022 como solução.

Em Curitiba – PR, o ato do dia 24 teve início na praça Santos Andrade, a ExNEPe e a Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia compuseram um bloco combativo, que aglutinou os Comitês Sanitários da região, e demais ativistas. O bloco foi organizado com o intuito de denunciar o corte de verbas nas Universidades, a política de genocidio planificado do governo militar de Bolsonaro e a perseguição aos camponeses presos políticos de Rondônia.

Durante toda a manifestação o bloco combativo foi o que mais se destacou. Enquanto o velho movimento estudantil usava do seu trio elétrico para transformar o ato em festa, a juventude combatente gritava em alto e bom som que responderá aos ataques do governo com organização e luta.

A massa estudantil novamente demonstra sua revolta contra os diversos crimes que o governo militar de Bolsonaro tem imposto ao povo. São os cortes de verbas, a ameaça de fechamento das universidades e o apagão da pesquisa nacional, mas não só, é uma luta por vacina, por emprego, por saúde. E nada será garantido sem a luta presencial. Todos os direitos mais fundamentais foram conquistados com a luta presencial e combativa e para defendê-los não será diferente. E essas vitoriosas manifestações nacionais têm rompido com o discurso reacionário e imobilista do “fique em casa” que, se levado às últimas consequências, é o darwinismo social que sempre justificou toda série de crimes contra o povo.

Mas não podemos nos enganar facilmente. Apesar de vitoriosas e históricas, as manifestações não podem por si mesmas dar cabo de derrotar o fechamento das universidades. Os estudantes devem estar à frente de um movimento que componha os setores mais progressistas e combativos da sociedade para organizar a luta em defesa do ensino público e gratuito e contra a privatização. Para derrotar o corte de verbas e o fechamento da universidade: transformar as escolas e universidades em trincheiras da luta de classes!

CONTRA O CORTE DE VERBAS NA EDUCAÇÃO: DEFENDER A UNIVERSIDADE PÚBLICA E A PESQUISA NACIONAL!

PEDAGOGIA É PRA LUTA, O IMOBILISMO NÃO VAI NOS SEGURAR!

VACINA PARA TODOS OS PROFESSORES E TRABALHADORES DO ENSINO JÁ!

VACINA PARA O POVO JÁ!

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