No dia 20 de janeiro, após a publicação de uma portaria que suspendeu as aulas presenciais, mais de 200 estudantes se mobilizaram em uma grande manifestação. As aulas presenciais haviam retornado no dia 17 e, no dia 19, sem dialogar com nenhuma instância universitária ou entidade representativa, a Reitoria suspendeu o retorno utilizando como argumento a mudança da matriz de risco do município de Maringá/PR.
A mudança de bandeira realmente ocorreu, porém a única alteração no funcionamento da cidade foi a imposição do limite de 1000 pessoas para festas. Nenhum serviço foi afetado pela alteração da bandeira verde para a amarela. Além disso, apesar do aumento de casos, a média móvel de mortes no município está em 0 óbitos – reflexo direto da taxa de vacinação que já abrangeu mais de 70% da população maringaense.
Em resposta a tal arbitrariedade, foi marcado um protesto para a manhã seguinte na universidade. Logo da chegada de algumas dezenas de estudantes, a coletiva de imprensa que ocorria na Reitoria foi invadida pelos acadêmicos que, revoltados, exigiram ser ouvidos e não aceitaram as justificativas falsas e anticientíficas que a Reitoria apresentava à população sem sequer dialogar com a comunidade acadêmica.
Diante da combatividade dos estudantes, o reitor abandonou o salão e terminou a entrevista num local reservado. Longe de abalar o movimento, tal atitude só fez elevar a revolta coletiva, fazendo com que os acadêmicos exigissem uma reunião imediata com o reitor, a qual foi conquistada após poucos minutos de forte insistência. Nela, estudantes de diversos cursos sustentaram cientificamente a possibilidade e necessidade do retorno imediato e integral das atividades na UEM. Foram apresentados dados e evidências abordando a vacinação, o número de leitos, a média móvel de casos e mortes, e também problemas políticos, educacionais e burocráticos que envolvem a urgência do retorno presencial, como o corte de verbas na universidade, a experiência frustrante que foi o ERE e a posição anticientífica e antidemocrática que a Reitoria tem adotado perante a comunidade acadêmica e toda a sociedade. Como encaminhamento da discussão, tirou-se que o movimento redigiria um ofício, registrando seus argumentos e demandas, a ser entregue à Reitoria e levado ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP).
No dia 21 de janeiro, estudantes entregaram ao Reitor o ofício refutando os apontamentos e posições presentes nas resoluções publicadas pela reitoria da UEM, justificando cientificamente a abertura da Universidade. Acesse o ofício aqui. Ainda nesse dia, durante o Conselho de Entidades de Base (CEEB), 26 Centros Acadêmicos da Universidade se manifestaram favoráveis ao retorno presencial imediato, com apenas 5 abstenções e um voto contrário.
Através da pressão estudantil, foi deliberado um CEEB para o dia 24/01, a ser realizado presencialmente dentro do Restaurante Universitário (RU). É importante ressaltar que, desde o início da pandemia e da suspensão das aulas presenciais, o RU está fechado e sua abertura também é pauta reivindicada pelos estudantes.
PELA REABERTURA IMEDIATA DAS UNIVERSIDADES!
EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO E DA CIÊNCIA NACIONAL!
Obs: Após a realização do CEP, esta matéria será atualizada.
