Viva o vitorioso pós ENEPe na UFMG!

No dia 29 de junho a Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia realizou Pós-ENEPe na Faculdade de Educação da UFMG, com tema “Abaixo o corte de verbas na educação! Defender a universidade pública e gratuita!”.

Participaram do evento estudantes de pedagogia, de física, além de professores da rede estadual e da FaE; também estiveram presentes representantes da APUBH (Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco), do Comitê de Apoio do Jornal a Nova Democracia de BH, da nova Editora Peabiru, de movimentos populares, além de companheiros que já foram estudantes de pedagogia e participaram das lutas contra as taxas de matrícula e pela gratuidade em 2001 e das lutas contra as DCN’s de 2006.

Na primeira parte, o companheiro Cabelo da ExNEPe apresentou fotos e vídeos do histórico 41º ENEPe, além do Plano de Lutas deliberado no encontro. Os estudantes interviram dizendo da grande energia e disposição de luta que sentiram ao ver as fotos e vídeos, perguntaram sobre essa luta em outras universidades e estados. Logo, convidou-se para compor a mesa o professor da UFOP Marcos Calazans e o próprio companheiro da ExNEPe. O professor Calazans expôs sobre o processo de privatização da universidade pública, hoje estrangulada com orçamentos ínfimo, sucateadas, situação agravada com dois anos fechadas e com aulas a distância, esta como medida que na pandemia caiu como uma luva para acelerar mais a privatização. Trouxe como a privatização foi regra em sucessivos governos federais, apontando as formas concretas como ela tem acontecido: cortes de verbas, expansão da EaD, financiamento das instituições privadas com dinheiro público (ProUni, FIES), fundações privadas dentro das universidades públicas gerenciando seus espaços e recursos e a própria tentativa de cobrança de mensalidades. Apontou como o movimento estudantil é vanguarda na luta contra a destruição da universidade pública, e deve se unir aos docentes e demais funcionários da comunidade acadêmica para resistir.

Logo, o companheiro da ExNEPe fez uma fala mostrando como os ataques a universidade pública feitos pelo governo militar de Bolsonaro são os maiores da história, e convocou os estudantes ali a resistirem firmes a isso. Apontou para não se cair nas ilusões vendidas pelo movimento estudantil oportunista, que traz a solução mágica da eleição em outubro desse ou aquele candidato ao mesmo tempo que sabota qualquer luta dos estudantes. Retomou em sua fala históricas lutas dos estudantes vanguardeados pela pedagogia que trouxeram conquistas históricas ao povo, como a luta na própria UFMG contra as taxas de matrícula em 2001, contra as DCN’s em 2006, a greve da UNIR em 2011 e a ocupação do bandejão da UERJ em 2017. Destacou também os dois últimos anos, desde a imposição da EaD, e como a luta pela reabertura plena das universidades prossegue como principal bandeira da luta estudantil, ainda mais no cenário em que o fechamento é grande realidade visto os cortes de verba. O companheiro antes de encerrar sua fala, ligou todos os ataques aos problemas concretos por que passam os estudantes na FaE e outros prédios, como cantina fechada, aulas no início do semestre com obras ainda ocorrendo no prédio, falta de locais apropriados para estudos dentre outros – todos expressão do sucateamento da universidade. Concluiu apontando a GREVE DE OCUPAÇÃO como a tática mais justa e consequente para impedir o fechamento das universidades públicas e o único caminho sendo a luta.

Após, uma companheira que foi estudante de pedagogia no início dos anos 2000 e fez parte do movimento estudantil combativo da época foi convidada a mesa para expor um relato da luta aquela época, em que os estudantes eram obrigados a pagar uma taxa de matrícula de 130 reais (o salário mínimo eram 200 reais) semestral. No relato, contou como um grupo de 24 estudantes decidiu boicotar as taxas, alegando que a universidade era pública, e trouxe para o evento a carta da diretora da Faculdade de Educação à época dizendo da obrigatoriedade do pagamento das taxas. A companheira relatou como foi uma luta árdua, pois o valor das taxas era usado pela FUMP (Fundação Mendes Pimentel), para garantir a assistência estudantil, quando esta deveria ser custeada pelo Estado. Ou seja, eram os próprios estudantes quem garantiam a permanência de outros. Como sabotadores da luta que são, os oportunistas da época acusavam estes estudantes que boicotaram as taxas de serem contra a assistência estudantil, quando o que se reivindicava era o justo direito de estudar numa universidade pública e completamente gratuita. Essa luta, que teve 3 estudantes expulsas, se alastrou pela universidade e por outras no país, com estudantes protestando e entrando com ações na justiça exigindo a gratuidade, até que em 2008 foi determinada a gratuidade definitiva em todas as universidades do país. O relato trazido animou a todos ali, de como a decisão e perseverança numa causa justa, ainda que iniciada por poucos, pode trazer grandes conquistas ao povo!

Encerrada a mesa, abriu-se um debate caloroso, com perguntas e relatos de lutas importantes pelos companheiros ali, como das ocupações de 2016 contra as reformas e PEC’s anti-povo, das lutas puxadas na pandemia pela ExNEPe, além de denúncia da situação das universidades e da assistência estudantil – os estudantes de pedagogia denunciaram cortes na assistência estudantil para estudantes do curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas, da precarização das escolas com o “Novo” Ensino Médio, além da perseguição e cerceamento da liberdade de expressão, como foi o caso da suspensão das redes sociais do Partido da Causa Operária pelo ministro do STF Alexandre de Morais.

O encerramento do evento se deu em alto nível – foram apresentadas duas propostas aprovadas por unanimidade pelos presentes: a de conformar uma comissão de luta dos estudantes para levar a frente a luta dentro da FaE e UFMG pelas demandas dos estudantes e também a realização do 16º Encontro Mineiro de Estudantes de Pedagogia em novembro na UFMG!

Viva o vitorioso pós ENEPe na UFMG!

A ExNEPe é pra lutar, o imobilismo não vai nos segurar!

É greve, é greve, de ocupação! Nem sucateamento nem privatização!

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