A Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia vem a público repudiar a nomeação do bolsonarista Fernando Whirtmann Ferreira para o cargo de Coordenador-Geral de Ensino Médio da Diretoria de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, do Ministério da Educação. Longe de nos surpreender, tal fato atesta o que temos afirmado: o “novo” governo federal e sua “nova” equipe do MEC seguem como bons sabujos do Banco Mundial. Cômico é isso se comprovar mais uma vez logo na semana em que o Presidente Lula cobrou que os bolsonaristas “escondidos” sejam retirados dos cargos estruturais da gestão. Fernando foi nomeado para o mesmo cargo no ano de 2020, pelo então ministro da educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, que depois seria preso investigado por desvios na pasta.
A decisão só corrobora, mais uma vez, com o que vínhamos denunciando ao longo dos últimos meses, de que embora a chefia do governo executivo tenha mudado de uma faceta escancaradamente fascista, para uma supostamente legalista, na prática as intenções do governo federal com os assuntos educacionais, em especial a reforma do “novo” ensino médio, se mantém as mesmas. Ou seja, com novos ou velhos funcionários prevalece a lógica privatista no MEC, cujo objetivo é a destruição completa do ensino público e gratuito, entregando-o de bandeja aos grandes conglomerados do setor privado, muito similar ao expresso no Projeto de Nação 2035 dos militares, que de fato governam e ditam as regras hoje – como em outrora.
Após as vigorosas manifestações de secundaristas ocorridas no último dia 15, o presidente Lula em pessoa se manifestou pelas redes sociais dizendo que “não vai ser do jeito que está”. Logo após, o velho movimento estudantil pelego e oportunista de UNE e UBES exortou isso como uma “grande vitória do movimento estudantil brasileiro” CANALHAS!! Cumprindo seu papel histórico de lambe-botas dos governos do oportunismo, tentam minar, desmobilizar e amarrar com camisa de força a justa revolta da juventude mais sofrida deste país, sobretudo a oriunda das periferias, que não encontram perspectiva de vida com um ensino médio esvaziado e tecnicista para formá-las com o único objetivo de se tornarem estatísticas em um exército de mão-de-obra barata aos milhões.
Fato é que o oportunismo lembra muito bem – e treme de medo ao lembrar – das ondas de ocupações secundaristas que varreram este país em 2015 e 2016, derrotando o fechamento de várias escolas e exigindo da forma mais combativa possível o direito de estudar e receber uma educação científica, formadora de indivíduos críticos que entendam a sociedade tal como ela é em sua lógica capitalista-monopolista destruidora, para poder alterá-la radicalmente, em meio a luta de classes. As declarações de Lula, Camilo Santana, ou mesmo do M.E. pelego, de que desta vez ouvirão a base, que uma discussão será feita com a sociedade, com professores, educadores, estudantes para construírem juntos as alterações da reforma do ensino médio se mostra de forma clara e objetiva como uma grande DEMAGOGIA. Milhares de entidades assinaram um abaixo-assinado encabeçado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), e se manifestaram também através de cartas, ofícios, atos de rua, dentre outros meios, exigindo a REVOGAÇÃO do N.E.M. Esse é só um dos fatos que comprovam que a sociedade civil, educacional, professores e estudantes não querem saber da “alteração” desta reforma, querem a sua total extinção para terem o direito de estudar, ensinar e aprender garantido! A consulta já está feita, e a posição mais clara do que nunca. NEM ADAPTAÇÃO, NEM CONCILIAÇÃO! REVOGAÇÃO JÁ!
Não nos enganam e nunca enganarão com este discurso, sabemos que seu objetivo é desmobilizar e esvaziar as movimentações nacionais. E se apontam o caminho da conciliação, nós apontamos o da RADICALIZAÇÃO! É chegado o momento da juventude combativa deste país tomar novamente as ruas, com ondas de manifestações em defesa do direito de ter acesso à educação pública, gratuita, científica e a serviço do povo. Ocupar as ruas e as escola deste país como única solução possível para ganhar esta batalha e revogar o novo ensino médio de vez. Tomar como exemplo as ondas de ocupações de Universidades encabeçadas pelo movimento estudantil combativo e independente nos últimos anos, sobretudo de 2022. É como uma consigna do movimento estudantil independente e combativo que aponta: Só a luta radical que muda a situação, greve geral de ocupação!
A EXNEPE É UNIÃO, NÃO DEIXA O MEC ACABAR COM A EDUCAÇÃO!
REVOGAÇÃO IMEDIATA DO NOVO ENSINO MÉDIO!
Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia – ExNEPe – 01 de abril de 2023.