[SP] Nota de pesar

A Executiva Paulista de estudantes de Pedagogia vem por meio desta nota, manifestar solidariedade aos familiares, aos professores, estudantes, técnicos administrativos e toda a comunidade escolar, bem como às demais vítimas. Segundo informações, na manhã do dia 27 de março, um jovem de 13 anos, estudante do 8° ano na Escola Estadual Thomazia Montoro, localizado na Vila Sônia, zona Oeste da cidade de São Paulo, invadiu o local com uma faca, e atacou professores e alunos. Além da professora, que não resistiu aos ferimentos, mais quatro professores e um aluno foram esfaqueados nos braços enquanto tentavam impedir o ataque.

De acordo com as investigações, o autor do ataque chegou a publicar em uma rede social, dias antes, que seria um “ato de vingança”, se referindo a uma briga em que ele se envolveu na semana antecedente ao ocorrido, tendo sido apartada pela professora Elisabeth. A cena de terror só cessou quando a professora de educação física, em um ato heroico, imobilizou o jovem.

Elisabeth Tenreiro de 71 anos, começou a lecionar na escola ainda este ano. Grande defensora da educação e da ciência, matéria que lecionava, também tomava parte ativa em defesa das lutas pelos direitos dos professores. Antes das salas de aulas, Elisabeth trabalhou, desde 1970, no instituto Adolf Lutz, vinculado à Secretaria de Saúde de São Paulo.  Segundo sua filha, o motivo de se aposentar e decidir seguir como educadora era: “[…] um propósito de vida mesmo. Ela achava que podia fazer a diferença na vida dos alunos […]”

A educação pública e gratuita sofre ataques ano após ano. Profissionais da educação são obrigados a trabalhar em condições cada vez mais precárias, recebem a pior remuneração da América Latina, além de pisos salariais baixíssimos, são sobrecarregados com jornadas de trabalho estendidas, onde muitos adoecem, resultado da falta de contratação de docentes e dos chamados “contratos temporários”, que minam o professor de qualquer direito trabalhista.
Hoje vivemos a implementação do chamado Novo Ensino Médio, que pode ser considerado a maior tentativa recente de retirada do direito de estudar e aprender dos estudantes das escolas públicas e da autonomia e da liberdade de cátedra dos professores. O “NEM” esvazia a Escola de todo seu conteúdo científico, substituindo as matérias que contribuem para a formação dos jovens enquanto cidadãos capazes de compreender e transformar o mundo à sua volta.

Toda essa precarização da educação, que visa em última instância a privatização do ensino público, e a retirada de direitos do povo ao ensino. Devemos nos inspirar no exemplo da professora Elisabeth e tantos outros ao redor do Brasil, que enfrentando todas essa situação diariamente, não descansam na luta por garantir uma educação pública, gratuita e de qualidade, onde todos os professores e demais trabalhadores da educação tenham seus direitos garantidos!

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s